Com participação da artista e ativista boliviana María Galindo, conhecida por seu trabalho na defesa dos direitos sociais e no combate às desigualdades de gênero e raciais na América Latina, as ações que integram a programação do 6º Festival Internacional Imaginários Urbanos
O 6º Festival Internacional Imaginários Urbanos segue com uma programação diversificada ao longo da semana, com atrações de grande impacto cultural e artístico. Após a realização da Mostra de Videoperformance, nos dias 9 e 10 de novembro, e do Seminário Inter-Regional, que segue até 13 de novembro, o evento realizará, nesta quinta-feira (14), a abertura oficial da Mostra de Performance Urbana.
O destaque da programação é a boliviana María Galindo, artista e ativista que apresenta, na abertura da Mostra de Performance Urbana, o filme Revolución Puta, documentário performativo que explora as questões de gênero, poder e resistência, focando na experiência de mulheres trabalhadoras do sexo na Bolívia. A obra examina as lutas dessas mulheres contra a discriminação, a estigmatização e a violência, ao mesmo tempo que aborda temas mais amplos sobre feminismo e libertação sexual.
Conhecida por seu trabalho na defesa dos direitos das minorias, além de sua postura crítica e provocadora contra estruturas de poder patriarcais, coloniais e religiosas, María Galindo é fundadora do coletivo Mujeres Creando. Galindo utiliza a performance e a escrita para expor e desafiar a opressão, promovendo uma agenda radical que confronta desigualdades de gênero, sociais e raciais na Bolívia e na América Latina. Sua abordagem potente e suas intervenções públicas fazem dela uma voz de força no cenário ativista latino-americano, ampliando o debate sobre autonomia, liberdade e justiça para as populações marginalizadas.
As atividades começam às 17h, com a saída em cortejo do Theatro José de Alencar em direção à Arena Dragão do Mar cp, a ação “Hierogritos”, uma performance interventiva realizada pelo coletivo Themônias de Belém do Pará. Na ação, ao ocupar a cidade, a performance provoca um mergulho nas identidades queers e amazônicas de resistência, intervindo na paisagem urbana. Em seguida, às 18h, na Arena Dragão do Mar, será apresentada a performance “Grafar no tempo a memória do amanhã”, assinada pelo artista Abeju (MA), que explora o diálogo entre história e futuro.
A programação da noite se encerra às 19h com a exibição do filme Revolución Puta, da ativista e diretora boliviana María Galindo, no Cinema do Dragão. A sessão contará com uma fala especial da cineasta, que compartilha sua perspectiva sobre resistência e liberdade.
O Festival Imaginários Urbanos é uma realização da Plataforma Imaginários, com apoio da Secretaria da Cultura do Estado do Ceará e do Ministério da Cultura, utilizando recursos da Lei Paulo Gustavo (Lei Complementar n. 195/2022).
Programação
A programação da Mostra de Performance Urbana tem início um dia antes da abertura oficial, no dia 13 de novembro, às 19h30, com a performance-ritual “Mulher da Rua – Saravá, Maria Padilha”, de Jean dos Anjos, partindo do Hub Cultural Porto Dragão. Nesta ação, o artista realiza uma entrega de oferendas para Dona Maria Padilha, uma Pombagira que representa a força feminina entre mundos e encruzilhadas. O ato de entrega é uma experiência amorosa com o sagrado, expressando gratidão e solicitando abertura de caminhos, bênçãos e graças.
No dia 18 de novembro, o festival contará com a performance “Quem Sustenta?”, do artista Wandealyson Dourado (CE). Artista do Cariri cearense, Wandealyson acaba de apresentar essa performance na edição de 2024 do Festival Sindicato da Performance (Crato) e, ao trazê-la para Fortaleza, fortalece a circulação dos trabalhos de performance no estado, afirmando assim o Ceará como um celeiro da performance no Brasil.
O encerramento da Mostra de Performance Urbana acontece no dia 22 de novembro, às 15h, com a performance “Transmutações – Corpos-territórios contra o antropoceno”, uma colaboração entre Olinda Tupinambá (BA) e Ziel Karapotó (AL). Os artistas apresentam as forças das matas e águas em figuras híbridas que simbolizam a relação entre corpo e território, evocando reflexões sobre ancestralidade, extrativismo e crise climática. O destaque para Ziel e Olinda se dá ao fato de ambos serem os representantes do Brasil na edição de 2024 da 60th Bienal de Veneza, e terem criado essa performance exclusivamente para a atual edição do Imaginários Urbanos.
Vale destacar ainda a participação de María Galindo no decorrer de toda a programação do Festival Imaginários Urbanos. Nos dias 15, 16, 18, 19 e 20 de novembro, das 18h30 às 21h, a artista e ativista realizará a residência artística “Inscrever uma prática poética e política no imaginário social” no Hub Cultural Porto Dragão. Já no dia 21 de novembro, será apresentado o resultado dessa residência, em uma saída do Hub Cultural, seguida, às 18h30, de uma palestra no Teatro B. de Paiva, onde Galindo abordará “Poéticas e artivismos do Mujeres Creando”. A fala promete explorar o impacto do coletivo Mujeres Creando, na cena artística e social boliviana, oferecendo um olhar potente sobre feminismo e decolonialidade.
SERVIÇO:
Mostra de Performance Urbana
13 a 22 de novembro, em espaços como Theatro José de Alencar, Centro Dragão do Mar, Hub Porto Dragão, Estação das Artes e ruas de Fortaleza. Mais informações: @imaginarios_arte
6º Festival Internacional Imaginários Urbanos
9 a 29 de novembro em Fortaleza (CE)
Agenda corrida: https://bit.ly/3UOprad
CONFIRA A PROGRAMAÇÃO NO HUB CULTURAL PORTO DRAGÃO
15 de novembro, sexta-feira, 9h
Performance
Balde
com participantes da Residência Performance e Ativismo:
Saymon Morais, Antonio Lourran e Dìgö
saída do Hub Cultural Porto Dragão
15, 16, 18, 19 e 20 de novembro, 18h30 às 21h
Residência
“Inscrever uma prática poética e política no imaginário social
Com María Galindo
Hub Cultural Porto Dragão – Sala de Dança
21 de novembro, quinta-feira
Resultado da Residência com María Galindo e participantes
Saída do Hub Cultural Porto Dragão
21 de novembro, quinta-feira, 18h30
Conversa com María Galindo
Poéticas e artivismos do Mujeres Creando
Hub Cultural Porto Dragão – Teatro B. de Paiva